Houve aqui há umas semanas uma grande agitação e torno de uma grande inovação na área do espectáculo: a companhia do Teatro Armando Cortez - Casa do Artista iria fazer a estreia do seu mais recente espectáculo - "À procura de Shakespeare" - online, com transmissão em directo pela TVNet.
Eu soube do acontecimento através de um email que recebi da Faculdade de Belas-Artes, e apesar de não ser grande apreciadora de teatro achei a iniciativa interessante, por duas razões. Primeiro, porque sendo emigrante sempre se tem menos acesso à cultura portuguesa, portanto, todas as oportunidades são bemvindas. Segundo, porque estou a fazer a minha tese de mestrado sobre webTV, logo, só pelo seu aspecto técnico esta estreia interessava-me.
Com a devida antecedência, fui à página indicada e fiz a compra do e-bilhete: 1,06 euros, pagos com o cartão de crédito.
Aqui tive o primeiro aviso de que a coisa estaria em vias de dar para o torto: só depois de ter efectuado o pagamento é que fui informada dos termos e condições de visualização, por email (cliquem na imagem para ver!). A lógica era: primeiro pagas, e depois a gente diz-te do que é precisas para conseguir ver a emissão. Se não reunires as condições... azar...
Bom, mas nessa altura eu ainda estava optimista. Tinha recebido o código de acesso, mas nada de instruções em como usar esse código. Então toca de aceder ao site da TVNet. Lá estava o anúncio da grande estreia mundial, online. Mas instruções? Nada. Não via sítio nenhum onde pudesse introduzir a preciosa chave de acesso à cultura. Seria preciso registar-me na TVNet? Registei-me. Bof. Continuei sem ter pista nenhuma...
Mas ainda faltavam uns dias para a estreia, portanto, pacientemente lá fui aguardando...
E eis que chega o dia 1 de Fevereiro. A estreia seria às 22h de Lisboa, 00h em Helsínquia. Por volta das 23h30m lá fui eu ao site da TVNet, munida da password... e tudo estava na mesma. Mas onde raio é que eu ia meter a chave?
Chegou a meia-noite e nada. Nem um avisosito aos utilizadores de que a emissão ia iniciar, nem indicação de página, nada, népias, nicles.
Com um certo sentimento de tinha sido ROUBADA do meu precioso euro ainda deixei uns comentários na caixa de comentários da TVNet (juntamente com outros utilizadores frustrados, que não fui a única!), e mais outros no blog da peça de teatro... claro que não me serviu de nada. No blog do teatro até têm a moderação de comentários activada, portanto só publicam os comentários que dão os parabéns à peça.
Bom, felizmente foi só um euro.
Caros compatriotas: não vão em cantigas! Duvidem muito de todos os choques tecnológicos portugueses, e mantenham-se afastados dessa TVNet. Quanto a mim, tive a confirmação de que tinha feito a decisão acertada ao escolher a Finlândia para vir aprender sobre webTV...
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5 comments:
Olá Diana,
Sou a administradora do blog do espectáculo "À Procura de Shakespeare", a criadora do projecto de exibição desta peça on line, directora de produção do espectáculo e directora de produção da Tvnet.
Somente esta semana, pude dar andamento a algumas questões de produção, mas não me havia esquecido de si.
Li sobre a sua dificuldade de aceder à estreia e infelizmente não foi a única. A minha família que vive em Espanha, também não conseguiu ver, pelos mesmo motivos.
Procurei esclarecer estes casos com o departamento técnico da Netchange (empresa que criou o portal)e mesmo dentro da TVNet com o departamento técnico e a resposta que obtive foi: "Está a ser apurado".
Nesta segunda-feira, devemos saber o que se passou para poder dar uma resposta a si e tambem aos meus familiares que não conseguiram ver. Uma coisa já está conversada com a Ticketline, que é a devolução do valor simbólico de um euro pago para a visualização, às pessoas que fizerem queixa e que for comprovado que o numero IP não conseguiu a visualização. Prometo que lhe mantenho informada, pois também eu tenho todo o interesse de verificar e reparar estas falhas.
Mudando de assunto, achei interessante a coincidência de estar a fazer a sua dissertação de mestrado sobre a WebTV :) também eu estou a fazer mestrado em Cinema e Televisão cá em Lisboa e o tema é o mesmo. Mesmo que por um motivo desagradável como este, tenha eu ficado a conhecer o seu blog, coloco-me à disposição caso queira trocar ideias ou informações sobre o assunto.
De qualquer forma, a peça terá a sua exibição em breve On demand (não sabemos se através da TVNet ou não), mas tambem a avisarei disso, e será provavelmente sem custos e quando a peça sair de cartaz no Armando Cortez.
Quanto a não ter publicado as suas queixas nos coments, não lhe tirando a razão, mas não o poderia fazer, uma vez que a organização do espectáculo, apesar de ser dirigida por mim, não concordou em o fazer, por se tratar de um caso isolado (até onde sabemos para além da minha família em Espanha).
Estou à sua disposição para qualquer dúvida ou outro esclarecimento e desde já pedimos desculpas pelo ocorrido. Toda experiência nova tem as suas probabilidades de falha, e infelizmente aconteceu consigo.
Saudações e votos de sucesso na Finlandia :)
Andrea Lavareda
Quando li este teu post só pensei "oh, o que é que querias? em Portugal??"... bom afinal parece que não é bem como me pareceu inicialmente (ou como parece à primeira vista de qualquer português habituado ao que acontece - ou que não acontece! - por cá)... ao menos não te deixaram sem resposta, como é também um mau hábito tipicamente português! Só é pena que tenha falhado a transmissão, porque estas iniciativas são de valor... qui ça o futuro do teatro não passa por aqui!! (bem, ver ao vivo é sempre diferente, mas já com o cinema é igual, nunca vai morrer mesmo com os dvds e a pirataria...)
Tenho sempre acompanhado os teus blogs! Além de ficar a saber coisas com real interesse (porque como te disse daquela vez no mail, nem me passava pela cabeça a potencialidade desta coisa da WebTV, mesmo lidando com o Youtube todos os dias!), é sempre bom saber notícias da Finlândia! Está visto que o meu plano para Leonardo daVinci vai ficar adiado, acabo o curso este ano mas eles fecharam as inscrições mais cedo do que era suposto por causa de problemas que foram ocorrendo, mas vou ver o que se pode fazer...
Entretanto boa sorte com essa tese! Nós por cá aguardamos mais posts...
Beijinhos!!
Micaela
Eu gostei daquela parte em que a tontita, de seu nome Andrea Lavareda, para salvar a própria imagem, diz «mas tambem a avisarei disso, e será provavelmente sem custos».
Mas depois das falhas ainda há dúvida de que será PROVAVELMENTE sem custos?!
Não quereria ela dizer será CERTAMENTE sem custos?
Estou em desacordo com a Micaela quando diz que «ao menos não te deixaram sem resposta». Não me impressiona a resposta deixada ali atrás que justificaria o teatro pago e não visualizado. Aliás, quando muito impressiona-me MAL.
Olha, Diana, és mesmo muito democrática. Qualidade que a senhora tontita desconhece. Ela não permite no seu blog comentários que a desagradem, mas tem o descaramento de usurpar um espaço no blog dos outros com uma enfadonha e interminável auto-promoção! Se é assim tão boa e séria por quê temer a diferença de opinião no seu próprio espaço?
Inicialmente achou que o assunto ficaria adormecido, tomou a iniciativa de invadir o teu blog e retomar o assunto apenas porque leu o teu desabafo público. Pois, a última palavra (pública) tem de ser a dela!
Depois, manifesta a sua miséria quando diz que hão-de devolver o valor pago para a visualização a quem «for comprovado que o numero IP não conseguiu a visualização». Que mesquinhez! Um incompetente é por definição alguém a quem falta rigor. Ainda mais incompetente por invocar o rigor (que não tem) para justificar a desconfiança com que a sua pequenez de espírito encara os outros.
Tu és muito mais séria do que essa gentinha, Diana, não precisas disto. No teu lugar, eu nem sequer aceitaria a devoluçãozinha, esse grande favor que te querem fazer (claro está, após devidamente dissipadas todas as desconfianças). É uma ofensa só possível por vir de quem não te conhece.
Como se chama? Lavareda? Já tomámos nota do nome. É tontita! Pena eu não ter um blog. De certeza que essa senhora deixaria um comentário bíblico. Ao menos provocar-me-ia gargalhadas valentes por alguns minutos!
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